A Caixa sempre teve o sonho de possuir um edifício próprio em Brasília para abrigar seus equipamentos de TI. Estavam em locais compartilhados com outros clientes ou ocupavam edificações adaptadas, sem as características apropriadas para um data center.
Em 2012, surgiu então a oportunidade, juntamente com a grande vontade e dedicação da equipe de infraestrutura da Caixa, de se construir seu centro de TI, o Complexo Tecnológico Caixa (CTC).
Através de um processo seletivo, a Fox Engenharia foi escolhida para a elaboração de seus projetos. Começava mais um grande desafio para nós. Primeiramente o local de implantação, situado no Setor de Indústrias Gráficas de Brasília, reduzido e inadequado, era o único disponível pela Caixa. Suas dimensões, afastamentos e demais índices edilícios eram desafiadores para atender à complexidade do programa: a construção de um data center com quase 3.000m² de área de produção e com o mais alto grau de redundância para infraestrutura. Para se ter uma noção desta dificuldade, o terreno possuía 30m de largura e 150m de comprimento, extremamente estreito ainda mais considerando os afastamentos obrigatórios laterais.
O prédio foi concebido para ter, ao centro, a área de produção de TI (equipamentos de informática) e, em suas extremidades, os blocos de infraestrutura, onde estão localizados geradores, centrais de água gelada, UPSs, etc. Em virtude das dimensões do terreno, todos os blocos estavam dispostos linearmente.
Com estas limitações e peculiaridades do local, a única alternativa para atender a área demandada era “crescer para baixo”. Logo, se não bastassem as dificuldades para a execução das obras, precisaríamos escavar cerca de 20 metros de profundidade para atender todo o programa de necessidades. Porém esta solução, que ocasionou quase 90.000m³ de movimentação de terra, traria outras preocupações. Uma delas seria o risco de inundação dos subsolos. Inundação em ambientes de data center, inclusive nos locais de sua infraestrutura, é algo que todos temem. Para isso, foi criada uma rede redundante de descidas de águas pluviais interligadas a um sistema de bombas também redundante. Além disso, o sistema de esgoto a vácuo também foi interligado à rede de águas pluviais. Com isso, caso houvesse falha dos sistemas redundantes de AP, o sistema de esgoto poderia ser acionado em caso de emergência, evitando a inundação do subsolo.
Outra solução proposta foi isolar os dois blocos de infraestrutura independentes através de uma eclusa estanque. Caso um lado da edificação sofresse algum risco (incêndio ou alagamento), a eclusa seria fechada, isolando completamente as extremidades do Complexo.
Mais uma preocupação ocasionada pela profunda escavação seria a forma de se colocar os equipamentos de grande porte nos subsolos. Para isso, foram criados dois imensos alçapões, um para cada bloco de infraestrutura, onde geradores de 2.500kW poderiam descer através de guindastes até o local de instalação, a 20 metros de profundidade. É importante lembrar que o projeto também previu etapas de implantação, com o aumento da capacidade de ocupação progressivo. Portanto, em etapas distintas, geradores, chillers e UPSs deveriam ser instalados com o data center já em funcionamento. Para cargas de menor porte, foi prevista uma doca com elevador hidráulico capaz de transportar 6.000kg de carga até o último subsolo.
Apesar de todos os empecilhos de projeto e da obra, o CTC entrou em funcionamento em 2015. É um orgulho para a Caixa Econômica Federal, exemplo de que Empresas Públicas também são capazes de desenvolver projetos com mais alta tecnologia, seguindo prazos e recursos adequados.
Autor: Mairton Holanda
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